Docinho, porém nada inofensivo: açúcar pode causar várias doenças

Fonte: CADERNO VIDA ZH
A maioria das pessoas, quando lembra dele, chega a ficar com água na boca. O doce do açúcar, irresistível ao paladar, parece ser uma fonte inesgotável de alegria. Porém – assim como outros alimentos, como os gordurosos – podem trazer sérios danos ao organismo se consumidos em excesso. E os brasileiros dão um péssimo exemplo de descontrole. Os níveis de consumo da substância são considerados muito acima do aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que recomenda que 10% de toda a ingestão calórica em um dia seja de açúcar. Consumimos, por ano,17% – quase 63 quilos anuais, às vezes de forma imperceptível ou inconsciente, como em refrigerantes e produtos industrializados.


Alguns estudiosos o consideram um veneno, como o endocrinologista Robert Lusting, da Universidade da Califórnia.

— Açúcar é veneno. Deveria ser considerado tão ruim e viciante quanto o cigarro e o álcool. As pessoas comem doce em todas as refeições. Deveriam fazer isso uma vez por semana — afirma.

Lustig tornou-se conhecido fora do círculo acadêmico depois que o vídeo Sugar: the bitter truth (Açúcar: a verdade amarga) foi postado no YouTube, ainda em 2009. Desde então, mais de 1 milhão de pessoas assistiram à aula de 1h26min pela internet. O principal argumento do especialista é que a forma como o açúcar é metabolizado pelo organismo o torna muito perigoso. O açúcar de cana, tão popular no Brasil, é tecnicamente chamado de sacarose. Quando digerido, ele se transforma em glicose e frutose. Excesso de glicose é ruim, mas excesso de frutose parece ser muito piora frutose derivada do açúcar de cozinha e a frutose ultraconcentrada usada no xarope de milho que adoça os refrigerantes são metabolizadas primeiro (e rapidamente) pelo fígado. Ele passa a trabalhar demais, o que pode levar a um fenômeno chamado de resistência à insulina. Ou seja: o fígado deixa de ser capaz de atuar na redução de glicose no sangue. As consequências para a saúde vão do diabetes tipo 2 à impotência sexual.


Porém, não é apenas a soma de quilos a mais na silhueta que o abuso do alimento provoca. O branquinho irresistível, ao contrário do que se pensa, não induz à diabetes: é a obesidade que leva a este e a outros males. Seu uso exagerado aumenta o valor calórico das dietas e propicia o ganho de peso, que pode predispor a doenças, como hipertensão arterial e problemas cardiovasculares.


Mudando o paladar

Para ter uma convivência pacífica entre o açúcar, a saúde e a silhueta esguia, a solução é procurar escolhas saborosas e similares para fazer a substituição. O açúcar mascavo é uma troca interessante, pois é considerado mais saudável do que o tradicional, por não levar adição de produtos químicos durante o processo de refino. Há também o açúcar light, com o diferencial de possuir um tipo de adoçante não calórico no seu preparo.

Outra alternativa é o açúcar orgânico, sem uso de adubos nem fertilizantes químicos, assim como o mel, enriquecido de vitaminas e minerais. Porém, em relação ao conteúdo de sacarose, não existe diferença entre mel, açúcar refinado, mascavo ou orgânico. Todos eles têm quantidades de calorias similares e provocam ganho de peso.

A melhor saída é usar o bom senso e mudar os hábitos, optando por alimentos que contenham fibras, que aumentam a sensação de saciedade e são excelentes aliados para quem deseja controlar a fome – e a vontade de comer.

Limite diário recomendado pela American Heart Association:

:: Mulher - 25g

:: Homem - 37g

O açúcar que você não vê

Veja o quanto há em cada alimento e compare com o limite diário recomendado:

: Refrigerante - 20g
:: Suco de laranja industrializado - 20g
: Iogurte adoçado - 12g
:: Ketchup - 4g
: Barra de chocolate (100g) - 48g
:: Chocolate em pó (uma colher de sopa) - 12g
 Sundae (um copo) - 48g
:: Leite condensado (100g) - 48g
: Biscoito recheado (100g) - 48g
:: Cereal matinal com açúcar (50g) - 8g
: Gelatina (100g): 20g
: Brigadeiro grande - 20g


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